Leia Sobre a Oficina do Roda Gigante para a Cia.Cirandeira do TEAR.


O Roda Gigante deu início às oficinas de palhaçaria para jovens de comunidades junto com a ONG TEAR. A oficina aconteceu nos dias 06, 08 e 09 de julho na sede da organização, localizada na Tijuca, bairro da zona norte do rio de janeiro.
O TEAR é uma organização que atua desde 1980 nas áreas da Educação, Arte e Cultura, no Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil. A partir de 2002 como ONG, sendo reconhecido, em 2005, como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura (MinC). Tem como missão promover o desenvolvimento humano, nas dimensões éticas e estéticas, através da Arte-Educação, contribuindo à transformação social. Em 2004 o Instituto TEAR criou sua companhia artística, a CIA Cirandeira, composta por 30 jovens artistas, de 17 a 25 anos. Nosso encontro se deu com estes jovens.
A oficina do grupo Roda Gigante busca interromper as atividades cotidianas desse público e ser um convite para que algo novo se expresse em seus comportamentos. Através de encontros sutis, criamos um espaço para o exercício de disponibilizar o que há de mais original em nós, o que nos faz rir, o que nos faz ter prazer.
Com este grupo, trabalhamos durante 12 horas, os princípios que regem a atuação do palhaço no Grupo Roda Gigante. O palhaço existe a partir da sua relação com o outro.  A proposta de criar uma prática onde os conceitos de vinculo, emoção, percepção, escuta, sensibilidade, olhar e criatividade, podem ser potencializados, encontra o vigor e desejo de desenvolvimento artístico presente em cada um desses jovens. Nos três dias que configuraram nosso encontro revelou-se um espaço para compartilhar percepções, afloradas pelas práticas, oportunizando a cada um destes sujeitos expressarem-se sobre a relação com o outro, a qualidade desta relação, e como essa experiência pode se refletir na sua capacidade de interação na sociedade.
Abaixo, trechos retirados de avaliações feitas por todos os alunos, ao final do último dia de encontro:

“Os momentos mais bonitos são feitos das coisas mais simples”.
“Qual sensação me remete quando olho o outro? ... olhar e estar disponível para a troca. Não esperar, deixar fluir como um rio... Me fez refletir sobre algumas atitudes do meu eu como artista...sempre fui apaixonado por palhaços e com essa oficina eu tive a plena certeza de que essa figura que eu santificava tanto não está tão distante de mim... também é possível trabalhar com o desconforto... Antes: o que é o PALHAÇO? Alguém que me faz rir! Depois: o que é o PALHAÇO? Alguém que me faz ver! O que eu vejo? A mim // o outro: um sorriso nos olhos...Parece óbvio, simples mas fazer com que o encontro aconteça verdadeiramente é um grande desafio...de exercício em exercício acabamos nos unindo e percebendo que o palhaço, na sutileza de seus atos conquista a platéia de cabo a rabo...Ir ao encontro. E a troca. Surgiu, apareceu, conquistamos harmonia. O olhar foi cobrado. Ele não pode ser esquecido...Um meio de conhecer o próximo, de não temer o desconhecido. De abrir asas e voar sem medo. De olhar, respirar, apalpar ou não e seguir. De buscar dentro de SI um “eu” desconhecido. De inovar e aprender. De ser palhaço!?... levo algo importante para casa... ou para o palco... Eu componho e após a oficina pude observar mais coisas , que as quais me inspiraram ainda mais para escrever....Quebrando barreiras e construindo pessoas...pude vencer diferentes desafios, acordar mais o “se liga” e ver que o olhar tem poder na prática...é muito bom poder estar perto de todos com o olhar!... mudamos, avistamos, aproximamos, buscamos, conectamos, trocamos, damos, acolhemos, mudamos...percebi que o que sempre soube é da circularidade desses problemas que não têm começo. E, se eu carrego do dia um turbilhão, é porque a Roda soprou ventos fortes para mim.”
Rio de Janeiro, 10 de Julho de 2010.
CIA Cirandeira. (in relatórios)
Veja as fotos neste link.